Físico dos Estados Unidos apresenta estudo que indica que a velocidade da luz pode ser menor do que se calculava até hoje
Na física, há muitas constantes que são consideradas fundamentais. Entre elas, estão a massa de algumas partículas subatômicas (elétrons, prótons, nêutrons), a carga do elétron, o número de Avogadro, a constante de Stefen-Boltzmann e a velocidade da luz. Essas constantes são tidas como fundamentais, pois é a partir delas que muitas outras podem ser definidas.
A velocidade da luz, por exemplo, é usada na mais atual definição do metro. Em 1983, foi decidido que o metro seria definido como a distância percorrida por um raio de luz no vácuo em 1/299.792.458 segundos. Com essa definição, a velocidade da luz no vácuo passou a ser exatamente 299.792.458 m/s. Isso foi feito porque o padrão usado para medir o tempo (e definir o segundo) era mais preciso que o que era usado anteriormente para medir o metro.
O valor 299.792.458 m/s é usado, também, na Teoria da Relatividade Geral. Na equação E = mc2, o “c” corresponde a 299.792.458 m/s. Sendo uma unidade tão fundamental, é de extrema importância que o seu valor seja bem definido.
Em um trabalho publicado em junho, o físico James Franson, da Universidade de Maryland (Estados Unidos), sugere, no entanto, que esse valor está errado, que na verdade a velocidade de propagação da luz no vácuo é menor do que se acreditava.
A razão pela qual Franson está sugerindo essa possibilidade é a de que, em fevereiro de 1987, uma supernova chamada de SN 1987A explodiu e pesquisadores aqui na Terra tentaram capturar fótons emitidos por ela. No horário previsto para a chegada dos fótons da supernova, nenhum atingiu os detectores. No entanto, quase 5 horas depois, houve um grande grupo de fótons que chegou ao detector.
Na época, os cientistas argumentaram que os fótons detectados deveriam ser provenientes de outro evento. Mas e se esse não fosse o caso? Franson avaliou essa pergunta e desenvolveu um modelo em que, à medida que os fótons se propagam no vácuo, eles sofrem um processo chamado de polarização de vácuo, em que eles se separam em um par elétron-pósitron (antipartícula do elétron) e se unem novamente. De acordo com os seus cálculos, esse processo facilmente poderia explicar o atraso de 5 horas na chegada dos fótons.
Se Franson estiver correto, muitos resultados de cosmologia precisarão ser revistos e recalculados. Até a pergunta “quanto tempo a luz do Sol leva para nos atingir?” pode ganhar uma nova resposta.
Mais testes são necessários para confirmar se esse efeito de fato ocorreu. Mas a comunidade científica está certamente ciente da importância desse efeito. O trabalho completo encontra-se na edição de junho de 2014 da revista New Journal of Physics.
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