Substâncias encontradas na hemolinfa de lagartas podem desempenhar papel importante contra doenças como herpes 1, rubéola, H1N1, sarampo, entre outras.
Trabalho desenvolvido por pesquisadores do
Instituto Butantan, em São Paulo, traz novas esperanças no combate de algumas doenças humanas. Segundo notícia publicada na revista
FAPESP, no dia 24 de outubro de 2013,
proteínas presentes na
hemolinfa de algumas lagartas podem agir em defesa do organismo contra o ataque de alguns
patógenos.
Apesar dos
insetos apresentarem sistema imunológico tão pouco desenvolvido, principalmente, quando comparado ao
sistema imunológico do ser humano, esses animais conseguiram sobreviver ao longo de milhões de anos e se adaptaram tão bem aos diferentes habitats que hoje representam mais da metade das espécies atualmente identificadas.
Uma das possíveis explicações para tanto sucesso evolutivo pode ser a existência de algumas moléculas na
hemolinfa dos insetos que podem atuar no combate de vírus, bactérias e fungos.
Segundo os pesquisadores, compreender melhor os componentes da hemolinfa e a ação de cada uma dessas moléculas pode ser um bom caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos para os humanos.
No Instituto Butantan, os pesquisadores, que contam com o apoio financeiro da FAPESP, estão trabalhando em um projeto maior, ou seja, estão trabalhando há um tempo na bioprospecção de proteínas da hemolinfa de lagartas que possam ser usadas na
farmacologia.
Segundo o
virologista Ronaldo Zucatelli Mendonça, há muito se produz substâncias antivirais originárias de organismos e produtos vegetais ou animais, mas pouco se investiga em insetos e menos ainda em lagartas.
Entre março de 2009 e agosto de 2011, os cientistas trabalharam em um
projeto no qual a equipe isolou e purificou uma proteína presente na lagarta
Lonomia obliqua, da família
Saturniidae.
Os resultados, que foram publicados em 2012 na revista
Antiviral Research, mostraram que a proteína isolada da lagarta
Lonomia obliqua conseguiu reduzir em um milhão de vezes a replicação do vírus do herpes, enquanto que a replicação foi reduzida dez mil vezes no caso do vírus da
rubéola.
No trabalho atual, os pesquisadores encontraram substâncias de alta potência antiviral nas lagartas da família Megalopygidae. Eles verificaram que essas substâncias foram responsáveis por reduzir em duas mil vezes a taxa de replicação do
picornavírus e em 750 vezes a taxa de replicação do vírus do sarampo. Além disso, as substâncias também foram capazes de inibirem a replicação do vírus
influenza H1N1.
Os testes foram feitos a partir da extração do
gene codificador da proteína presente na hemolinfa. Após a extração do gene, os pesquisadores
clonaram-no em um
baculovírus e, posteriormente, replicaram em células de insetos, as quais são capazes de produzir proteínas de defesa.
Segundo Ronaldo, os dados apresentados na revista FAPESP ainda são preliminares e os pesquisadores estão trabalhando para melhorarem esses resultados. Além disso, serão necessários também testes
in vivo para verificar como essas substâncias agem no organismo e a viabilidade econômica dessa técnica.
Substâncias encontradas na hemolinfa de lagartas podem desempenhar papel importante contra doenças como herpes 1, rubéola, H1N1, sarampo, entre outras.
Instituto Butantan, em São Paulo
Trabalho desenvolvido por pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, traz novas esperanças no combate de algumas doenças humanas. Segundo notícia publicada na revista FAPESP, no dia 24 de outubro de 2013, proteínas presentes na
hemolinfa de algumas lagartas podem agir em defesa do organismo contra o ataque de alguns
patógenos.
Apesar dos insetos apresentarem sistema imunológico tão pouco desenvolvido, principalmente, quando comparado ao sistema imunológico do ser humano, esses animais conseguiram sobreviver ao longo de milhões de anos e se adaptaram tão bem aos diferentes habitats que hoje representam mais da metade das espécies atualmente identificadas.
Uma das possíveis explicações para tanto sucesso evolutivo pode ser a existência de algumas moléculas na hemolinfa dos insetos que podem atuar no combate de vírus, bactérias e fungos.
Segundo os pesquisadores, compreender melhor os componentes da hemolinfa e a ação de cada uma dessas moléculas pode ser um bom caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos para os humanos.
No Instituto Butantan, os pesquisadores, que contam com o apoio financeiro da FAPESP, estão trabalhando em um projeto maior, ou seja, estão trabalhando há um tempo na bioprospecção de proteínas da hemolinfa de lagartas que possam ser usadas na
farmacologia.
Segundo o
virologista Ronaldo Zucatelli Mendonça, há muito se produz substâncias antivirais originárias de organismos e produtos vegetais ou animais, mas pouco se investiga em insetos e menos ainda em lagartas.
Exemplar de uma lagarta da família Saturniidae
Entre março de 2009 e agosto de 2011, os cientistas trabalharam em um
projeto no qual a equipe isolou e purificou uma proteína presente na lagarta
Lonomia obliqua, da família
Saturniidae.
Os resultados, que foram publicados em 2012 na revista
Antiviral Research, mostraram que a proteína isolada da lagarta
Lonomia obliqua conseguiu reduzir em um milhão de vezes a replicação do vírus do herpes, enquanto que a replicação foi reduzida dez mil vezes no caso do vírus da rubéola.
No trabalho atual, os pesquisadores encontraram substâncias de alta potência antiviral nas lagartas da família Megalopygidae. Eles verificaram que essas substâncias foram responsáveis por reduzir em duas mil vezes a taxa de replicação do
picornavírus e em 750 vezes a taxa de replicação do vírus do sarampo. Além disso, as substâncias também foram capazes de inibirem a replicação do vírus influenza H1N1.
Os testes foram feitos a partir da extração do gene codificador da proteína presente na hemolinfa. Após a extração do gene, os pesquisadores clonaram-no em um
baculovírus e, posteriormente, replicaram em células de insetos, as quais são capazes de produzir proteínas de defesa.
Segundo Ronaldo, os dados apresentados na revista FAPESP ainda são preliminares e os pesquisadores estão trabalhando para melhorarem esses resultados. Além disso, serão necessários também testes
in vivo para verificar como essas substâncias agem no organismo e a viabilidade econômica dessa técnica.
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