Conheça a fórmula matemática que vai ajudar no planejamento da próxima viagem de férias.
A maioria das pessoas pensa em cidades como Paris, Tóquio ou Dubai como entidades únicas, isto é, como cidades que são diferentes de todas as outras metrópoles. Entretanto, cidades grandes e pequenas compartilham um propósito: ambas buscam proporcionar um lugar bom para se viver. Por conta dessa questão em comum, cientistas e planejadores urbanos estão tentando encontrar uma forma de trazer rigor matemático ao analisar se uma cidade está cumprindo esse objetivo.
O físico teórico Luis Bettencourt e seus colegas do Instituto Santa Fe publicaram na edição de junho da revista Science uma teoria que sugere que cidades grandes e pequenas são mais similares entre si do que diferentes. Ele observou algumas características estatísticas ao redor do mundo: tamanho, localização geográfica, clima etc. e, neste trabalho, foi capaz de identificar componentes universais que são essenciais para o sucesso de uma cidade. Bettencourt tentou sintetizar esses componentes em uma fórmula matemática que permitisse quantificar quão bem-sucedida uma cidade era.
Para obter seus resultados, o time de cientistas trabalhou por bastante tempo. Eles coletaram todos os dados que conseguiram nos últimos 10 anos de cidades ao redor do mundo, incluindo no Brasil.
As conclusões obtidas apontam para o fato de que as cidades são um tipo de reator social. Elas existem para resolver o problema de colocar muitas pessoas sociáveis juntas e coordená-las no espaço e tempo de uma maneira sustentável.
O que torna uma cidade bem-sucedida, portanto, é um bom balanço entre a interatividade (interação social entre os habitantes) e o custo de criar essas interações (custo de meios de transporte, por exemplo). Esse balanço é o que determina se uma cidade está funcionando bem, e pode ser atingido por cidades de qualquer tamanho. Contudo, nem todas as interações sociais são boas. Violência e crime, por exemplo, são interações ruins. Para uma cidade ser bem-sucedida é preciso reduzir o custo necessário para interações vantajosas (facilitando o transporte pelas cidades, por exemplo) e aumentar o custo de interações prejudiciais entre seus indivíduos.
Quanto maior for o custo de uma interação, menor será a probabilidade de ela ocorrer. Assim, aumentando o custo de interações prejudiciais, elas ocorrem em menor quantidade; de forma análoga, diminuindo o custo de interações prejudiciais, elas ocorrem com mais frequência. Embora isso seja algo conhecido, ao menos intuitivamente, esse trabalho permitiu que tal ideia fosse formalizada e colocada na forma de uma equação matemática.
Os pesquisadores estão trabalhando, agora, em uma análise das vizinhanças das cidades. Elas podem ser extremamente heterogêneas: há vizinhanças ricas e pobres; vizinhanças que são mais comerciais e outras que são residenciais; outras, ainda, são mais industriais.
Uma cidade que bem-sucedida deve vencer obstáculos de segregação (como violência, por exemplo) e estabelecer uma maior conectividade. A instituição de relações econômicas e sociais com pessoas que são muito diferentes é algo que faz uma cidade funcionar bem.As cidades são objetos heterogêneos por natureza: elas combinam diferentes naturezas e funções para criar algo mais elaborado e interessante. Capturar isso matematicamente de modo formal é ainda um desafio, mas o trabalho desses cientistas promete chegar mais longe. Quem sabe no futuro os urbanistas possam fazer uso desses resultados para melhor planejar as cidades?
A maioria das pessoas pensa em cidades como Paris, Tóquio ou Dubai como entidades únicas, isto é, como cidades que são diferentes de todas as outras metrópoles. Entretanto, cidades grandes e pequenas compartilham um propósito: ambas buscam proporcionar um lugar bom para se viver. Por conta dessa questão em comum, cientistas e planejadores urbanos estão tentando encontrar uma forma de trazer rigor matemático ao analisar se uma cidade está cumprindo esse objetivo.
Para obter seus resultados, o time de cientistas trabalhou por bastante tempo. Eles coletaram todos os dados que conseguiram nos últimos 10 anos de cidades ao redor do mundo, incluindo no Brasil.
As conclusões obtidas apontam para o fato de que as cidades são um tipo de reator social. Elas existem para resolver o problema de colocar muitas pessoas sociáveis juntas e coordená-las no espaço e tempo de uma maneira sustentável.
O que torna uma cidade bem-sucedida, portanto, é um bom balanço entre a interatividade (interação social entre os habitantes) e o custo de criar essas interações (custo de meios de transporte, por exemplo). Esse balanço é o que determina se uma cidade está funcionando bem, e pode ser atingido por cidades de qualquer tamanho. Contudo, nem todas as interações sociais são boas. Violência e crime, por exemplo, são interações ruins. Para uma cidade ser bem-sucedida é preciso reduzir o custo necessário para interações vantajosas (facilitando o transporte pelas cidades, por exemplo) e aumentar o custo de interações prejudiciais entre seus indivíduos.
Quanto maior for o custo de uma interação, menor será a probabilidade de ela ocorrer. Assim, aumentando o custo de interações prejudiciais, elas ocorrem em menor quantidade; de forma análoga, diminuindo o custo de interações prejudiciais, elas ocorrem com mais frequência. Embora isso seja algo conhecido, ao menos intuitivamente, esse trabalho permitiu que tal ideia fosse formalizada e colocada na forma de uma equação matemática.
Os pesquisadores estão trabalhando, agora, em uma análise das vizinhanças das cidades. Elas podem ser extremamente heterogêneas: há vizinhanças ricas e pobres; vizinhanças que são mais comerciais e outras que são residenciais; outras, ainda, são mais industriais.
Uma cidade que bem-sucedida deve vencer obstáculos de segregação (como violência, por exemplo) e estabelecer uma maior conectividade. A instituição de relações econômicas e sociais com pessoas que são muito diferentes é algo que faz uma cidade funcionar bem.As cidades são objetos heterogêneos por natureza: elas combinam diferentes naturezas e funções para criar algo mais elaborado e interessante. Capturar isso matematicamente de modo formal é ainda um desafio, mas o trabalho desses cientistas promete chegar mais longe. Quem sabe no futuro os urbanistas possam fazer uso desses resultados para melhor planejar as cidades?
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