domingo, 18 de agosto de 2013

Extinção de aves pode interferir na evolução das plantas

A extinção de aves de grande porte, como os tucanos, está exercendo pressão seletiva sobre espécies de plantas da Mata Atlântica. Por conta disso, apenas sementes menores estão germinando.

Grupo de pesquisa internacional, liderado pelo pesquisador Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Rio Claro), publicou um artigo no dia 31 de maio de 2013, na revista internacional Science, sobre indícios de que a extinção de algumas espécies de aves frugívoras poderia estar afetando a evolução de algumas plantas da Mata Atlântica.

Segundo os pesquisadores, a redução no número de indivíduos na população de aves de grande porte, como tucanos e arapongas, pode ajudar a explicar a redução no tamanho das sementes de uma espécie de palmeira da Mata Atlântica, uma vez que apenas essas aves maiores são capazes de se alimentar dos frutos maiores.

Os pesquisadores estudaram a ecologia da palmeira palmito-juçara, cujo nome científico é Euterpe edulis, e, com base nas análises genéticas e estatísticas, assim como em modelos evolutivos, verificaram que nos locais onde as aves de maior porte foram extintas há mais de 50 anos, as populações de palmito-juçara produzem apenas frutos pequenos; enquanto que, nas áreas mais preservadas, a palmeira produz frutos de tamanhos mais variados, existindo sementes pequenas e grandes.

Esses dados podem ser explicados devido às funções ecossistêmicas das aves, que são responsáveis pela polinização e dispersão das sementes. As aves menores não são capazes de engolir e dispersar sementes grandes e, por isso, essas sementes não germinam. Nos locais em que existem apenas as aves pequenas, as novas palmeiras são geradas apenas a partir de sementes pequenas e, consequentemente, só produzirão sementes pequenas. Essa é uma forte evidência de que a ação humana está interferindo ativamente na evolução da palmeira Euterpe edulis, assim como em outras tantas espécies.

Segundo Mauro, esses dados são preocupantes, pois, quanto menor for a semente, mais fácil é sua desidratação e, consequentemente, sua morte. Com o aquecimento global, uma proporção maior de sementes pequenas pode acabar não germinando e, dessa forma, a planta também corre risco de extinção. Para Galetti, apesar de a situação ser muito preocupante, pois os efeitos documentados no projeto não são isolados e podem comprometer a composição de muitas áreas tropicais, ainda há tempo de reverter o quadro. Para isso, será necessário aumentar a conectividade entre os fragmentos ainda existentes de Mata Atlântica, melhorando o fluxo gênico entre esses fragmentos.
A extinção de aves de grande porte, como os tucanos, está exercendo pressão seletiva sobre espécies de plantas da Mata Atlântica. Por conta disso, apenas sementes menores estão germinando.
Tucano: uma das aves frugívoras cuja população decaiu muito nos últimos anos
Grupo de pesquisa internacional, liderado pelo pesquisador Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Rio Claro), publicou um artigo no dia 31 de maio de 2013, na revista internacional Science, sobre indícios de que a extinção de algumas espécies de aves frugívoras poderia estar afetando a evolução de algumas plantas da Mata Atlântica.
 Segundo os pesquisadores, a redução no número de indivíduos na população de aves de grande porte, como tucanos e arapongas, pode ajudar a explicar a redução no tamanho das sementes de uma espécie de palmeira da Mata Atlântica, uma vez que apenas essas aves maiores são capazes de se alimentar dos frutos maiores.
 Os pesquisadores estudaram a ecologia da palmeira palmito-juçara, cujo nome científico é Euterpe edulis, e, com base nas análises genéticas e estatísticas, assim como em modelos evolutivos, verificaram que nos locais onde as aves de maior porte foram extintas há mais de 50 anos, as populações de palmito-juçara produzem apenas frutos pequenos; enquanto que, nas áreas mais preservadas, a palmeira produz frutos de tamanhos mais variados, existindo sementes pequenas e grandes.
A extinção de algumas espécies de animais pode determinar mudanças na evolução das plantas
Esses dados podem ser explicados devido às funções ecossistêmicas das aves, que são responsáveis pela polinização e dispersão das sementes. As aves menores não são capazes de engolir e dispersar sementes grandes e, por isso, essas sementes não germinam. Nos locais em que existem apenas as aves pequenas, as novas palmeiras são geradas apenas a partir de sementes pequenas e, consequentemente, só produzirão sementes pequenas. Essa é uma forte evidência de que a ação humana está interferindo ativamente na evolução da palmeira Euterpe edulis, assim como em outras tantas espécies.
 Segundo Mauro, esses dados são preocupantes, pois, quanto menor for a semente, mais fácil é sua desidratação e, consequentemente, sua morte. Com o aquecimento global, uma proporção maior de sementes pequenas pode acabar não germinando e, dessa forma, a planta também corre risco de extinção. Para Galetti, apesar de a situação ser muito preocupante, pois os efeitos documentados no projeto não são isolados e podem comprometer a composição de muitas áreas tropicais, ainda há tempo de reverter o quadro. Para isso, será necessário aumentar a conectividade entre os fragmentos ainda existentes de Mata Atlântica, melhorando o fluxo gênico entre esses fragmentos.

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