Pesquisadores da Universidade da Califórnia desenvolveram uma nanoesponja capaz de remover da corrente sanguínea ampla classe de perigosas toxinas. Saiba como esse material revolucionário foi construído.
O resultado do trabalho desenvolvido pelos cientistas de San Diego foi publicado no periódico internacional Nature Nanotechnology, em 14 de abril de 2013. Até a data da publicação, outros pesquisadores trabalhavam no desenvolvimento de antitoxinas que atuavam em alguns tipos específicos de toxinas. A grande diferença da nanoesponja inventada por esses pesquisadores é que ela é capaz de remover uma grande quantidade de toxinas distintas, independentemente de suas origens.
Segundo Zhang, coordenador do trabalho, ao invés de desenvolverem tratamentos específicos para toxinas individuais, eles desenvolveram uma nanotecnologia capaz de neutralizar toxinas liberadas por patógenos distintos, como a bactéria Staphylococcus aureus, resistente à meticilina, e outras bactérias resistentes a antibióticos. Além disso, a nanoesponja pode atuar em terapias não-espécie-específicas, como na remoção de toxinas dos venenos de cobras e abelhas. A nanoesponja atuaria como um antídoto contra vários tipos de venenos e toxinas que são capazes de formar poros na membrana das células.
Colônia de Staphylococcus aureus
Até o momento, a nanoesponja foi testada apenas em ratos e foi encapsulada com membrana das células vermelhas, para evitar seu reconhecimento pelo sistema imunológico, impedindo sua destruição. Outro fator importante para o uso da membrana celular dos eritrócitos é que essas células são os primeiros alvos das toxinas formadoras de poros e, dessa forma, o uso de sua membrana nas nanoesponjas permite que elas capturem as toxinas e venenos, impedindo a chegada desses compostos nas células-alvos.
A meia-vida das nanoesponjas no organismo é de aproximadamente 40 horas, sendo que o fígado é o órgão responsável por degradá-las, juntamente com as toxinas capturadas.
O próximo passo do grupo de pesquisa é testar a tecnologia desenvolvida em ensaios clínicos, segundo Che-Ming J. Hu, pós-doutorando responsável pelo desenvolvimento do projeto.
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