domingo, 9 de junho de 2013

Cascalho de pirâmide maia é utilizado para tapar buracos de estrada

 
Por mais anedótica que possa parecer, é verdadeira a notícia, divulgada pela BBC Brasil, de que o cascalho de uma pirâmide maia estava sendo retirado para preencher buracos em uma estrada.
 
A história ocorreu no sítio arqueológico de Nohmul, em Belize, antiga Honduras Britânica, um pequeno Estado soberano situado na costa nordeste da América Central, ao sul do México e a oeste da Guatemala. No último dia 14 de maio, autoridades do país confirmaram que uma das maiores pirâmides maias de Belize havia sido parcialmente destruída por uma escavadeira. O arqueólogo belizenho Jaime Awe, do Archaeological Institute of America, explicou que a pirâmide, de 2,3 mil anos, foi escavada por operários que trabalhavam na pavimentação de uma estrada. De acordo com estudiosos, o suposto acidente, que está sendo investigado pela polícia do país, não pode ser considerado um evento isolado. Segundo o arqueólogo britânico Norman Hammond, professor pelo Departamento de Arqueologia do Colégio de Artes e Ciências da Universidade de Boston, “a destruição de montes maias para preenchimento de estradas é um problema endêmico em Belize”.
 
Enquanto promotores locais ponderam sobre se apresentarão acusações criminais contra a empreiteira responsável pela pavimentação da estrada, Dr. John Morris, também arqueólogo do Archaeological Institute of America, disse, inconformado, ser “...inacreditável que alguém de fato tenha tido o descaramento de destruir esta construção”. Na opinião do pesquisador, está totalmente descartada a possibilidade de que os operários e os responsáveis pela obra não soubessem que estavam retirando o material de montes maias.
 
Quem foram os maias
 
Um dos povos pré-colombianos mais conhecidos, os maias desenvolveram-se na Mesoamérica, uma região do continente americano que, atualmente, inclui, em termos aproximados, o sul do México, a totalidade dos territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, bem como as porções ocidentais de Nicarágua, Honduras e Costa Rica. Embora as primeiras cidades maias tenham começado a se desenvolver há, mais ou menos, três mil anos, a maioria delas só atingiu seu mais elevado estado de florescimento entre os séculos III e XII. Nesse período, chamado de “clássico”, estima-se que a população maia tenha alcançado a marca de dois milhões de pessoas. Nessa época, é provável que os maias tenham sido uma das sociedades mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas do mundo. Depois desse período, no entanto, elas continuaram a existir, mas sem o mesmo grau de desenvolvimento de outrora. Alguns fatores frequentemente apontados como determinantes desse declínio foram guerras, desastres naturais, doenças, inundações e longos períodos de secas. A verdade, porém, é que não há consenso quanto aos reais motivos dessa decadência.
 
Apesar de a unidade da civilização tenha se esfacelado ainda mais após a dominação espanhola, os povos e a cultura maia nunca chegaram a ser extintos totalmente. Nos dias atuais, seus descendentes constituem populações consideráveis em todo o território que, no passado, foi ocupado pela civilização maia. Mesmo com a passagem dos séculos, essas pessoas preservaram um grande conjunto de tradições e crenças de seus antepassados. No entanto, esses traços culturais já não se encontram exatamente como eram no passado. Hoje, as tradições e culturas maias se apresentam fundidas com os valores trazidos no bojo dos colonizadores, sobretudo aqueles de origem cristã, já que era essa a religião oficial dos espanhóis. Porém, mesmo com esse sincretismo cultural, diversas línguas maias ainda são faladas por alguns de seus descendentes. Resta saber se as milenares pirâmides maias sobreviverão aos tratores do progresso.
Segundo o arqueólogo britânico Norman Hammond, a destruição de montes maias para preenchimento de estradas é um problema endêmico em Belize
Por mais anedótica que possa parecer, é verdadeira a notícia, divulgada pela BBC Brasil, de que o cascalho de uma pirâmide maia estava sendo retirado para preencher buracos em uma estrada.
 A história ocorreu no sítio arqueológico de Nohmul, em Belize, antiga Honduras Britânica, um pequeno Estado soberano situado na costa nordeste da América Central, ao sul do México e a oeste da Guatemala. No último dia 14 de maio, autoridades do país confirmaram que uma das maiores pirâmides maias de Belize havia sido parcialmente destruída por uma escavadeira. O arqueólogo belizenho Jaime Awe, do Archaeological Institute of America, explicou que a pirâmide, de 2,3 mil anos, foi escavada por operários que trabalhavam na pavimentação de uma estrada. De acordo com estudiosos, o suposto acidente, que está sendo investigado pela polícia do país, não pode ser considerado um evento isolado. Segundo o arqueólogo britânico Norman Hammond, professor pelo Departamento de Arqueologia do Colégio de Artes e Ciências da Universidade de Boston, “a destruição de montes maias para preenchimento de estradas é um problema endêmico em Belize”.
 Enquanto promotores locais ponderam sobre se apresentarão acusações criminais contra a empreiteira responsável pela pavimentação da estrada, Dr. John Morris, também arqueólogo do Archaeological Institute of America, disse, inconformado, ser “...inacreditável que alguém de fato tenha tido o descaramento de destruir esta construção”. Na opinião do pesquisador, está totalmente descartada a possibilidade de que os operários e os responsáveis pela obra não soubessem que estavam retirando o material de montes maias.
 Quem foram os maias
 Um dos povos pré-colombianos mais conhecidos, os maias desenvolveram-se na Mesoamérica, uma região do continente americano que, atualmente, inclui, em termos aproximados, o sul do México, a totalidade dos territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, bem como as porções ocidentais de Nicarágua, Honduras e Costa Rica. Embora as primeiras cidades maias tenham começado a se desenvolver há, mais ou menos, três mil anos, a maioria delas só atingiu seu mais elevado estado de florescimento entre os séculos III e XII. Nesse período, chamado de “clássico”, estima-se que a população maia tenha alcançado a marca de dois milhões de pessoas. Nessa época, é provável que os maias tenham sido uma das sociedades mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas do mundo. Depois desse período, no entanto, elas continuaram a existir, mas sem o mesmo grau de desenvolvimento de outrora. Alguns fatores frequentemente apontados como determinantes desse declínio foram guerras, desastres naturais, doenças, inundações e longos períodos de secas. A verdade, porém, é que não há consenso quanto aos reais motivos dessa decadência.
 
Apesar de a unidade da civilização tenha se esfacelado ainda mais após a dominação espanhola, os povos e a cultura maia nunca chegaram a ser extintos totalmente. Nos dias atuais, seus descendentes constituem populações consideráveis em todo o território que, no passado, foi ocupado pela civilização maia. Mesmo com a passagem dos séculos, essas pessoas preservaram um grande conjunto de tradições e crenças de seus antepassados. No entanto, esses traços culturais já não se encontram exatamente como eram no passado. Hoje, as tradições e culturas maias se apresentam fundidas com os valores trazidos no bojo dos colonizadores, sobretudo aqueles de origem cristã, já que era essa a religião oficial dos espanhóis. Porém, mesmo com esse sincretismo cultural, diversas línguas maias ainda são faladas por alguns de seus descendentes. Resta saber se as milenares pirâmides maias sobreviverão aos tratores do progresso.

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