quinta-feira, 27 de junho de 2013

Anestesia bucal: em busca de alternativas para eliminar as injeções

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolvem projeto em busca da elaboração de anestesias odontológicas mais eficazes e independentes do uso de seringas e agulhas.

Para muitas pessoas, a ida ao dentista é um momento de grande tortura, seja porque elas têm desespero do barulho característico do equipamento conhecido popularmente como “motorzinho” ou porque têm pânico das anestesias.

Conhecendo esse problema que persegue a odontologia desde muito tempo atrás, pesquisadores da Unicamp buscam há anos facilitar a vida dessas pessoas. O Projeto Temático “Novas formulações de anestésicos locais de liberação sustentada: do desenvolvimento ao teste clínico odontológico”, cujo objetivo foi a criação de um gel ou creme anestésico odontológico, foi coordenado pela professora Dr. Eneida de Paula, do Instituto de Biologia (IB).

O projeto teve início em 2007, sendo financiado pela Fapesp, órgão de fomento responsável pelo incentivo e subsídio da pesquisa do Estado de São Paulo, e contou também com a participação de pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (Unicamp). Segundo Eneida, o propósito do trabalho não era descobrir ou produzir novos anestésicos, mas sim ampliar a eficácia dos anestésicos existentes no mercado, sem o uso de injeções. Para isso, os pesquisadores estudaram formas de encapsular os sais anestésicos com carreadores ou nanopartículas que pudessem levar os princípios ativos diretamente ao local desejado e na quantidade correta.

O grupo de pesquisa testou vários tipos de carreadores, sendo que o primeiro testado foi os lipossomas, partículas de lipídios com características semelhantes às membranas biológicas. Esse carreador foi escolhido por já ser usado na indústria farmacêutica em antifúngicos, antivirais e no desenvolvimento de medicamentos anticâncer e vacinas. Testes em animais e humanos comprovaram o prolongamento do tempo de ação dos anestésicos locais, como a mepivacaína e a prilocaína; entretanto, o uso de injeções teve de ser mantido.

Após os testes com lipossomas, os pesquisadores testaram então ciclodextrinas, que são moléculas produzidas a partir da quebra do amido, como carreadores. Os testes usando ciclodextrinas foram feitos porque essas moléculas aumentam a solubilidade dos anestésicos, fazendo com que esses compostos cheguem mais rapidamente e em maior quantidade ao nervo que deve ser anestesiado. Os testes em animais e humanos mostraram que os anestésicos locais ropivacaína e bupivacaína, quando carreados por ciclodextrinas, apresentam efeitos mais duradouros e intensos do que quando não complexados com ciclodextrinas.

Além dos resultados observados pelos pesquisadores da Unicamp, outros estudos já apontavam que o uso de anestésicos associados a carreadores diminui a necessidade do princípio ativo para anestesiar o nervo. No caso do uso de lipossomas associados à benzocaína, a concentração do princípio ativo pode ser reduzida pela metade sem comprometer sua eficiência da anestesia.

Os avanços obtidos nesse projeto temático levam os pesquisadores da Unicamp a acreditarem que será possível o desenvolvimento de uma anestesia odontológica sem uso de injeção no futuro. Para isso, o grupo de pesquisa continua estudando novos carreadores e aprimorando os carreadores até então desenvolvidos.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolvem projeto em busca da elaboração de anestesias odontológicas mais eficazes e independentes do uso de seringas e agulhas.
A anestesia ainda é um grande problema para muitos pacientes
Para muitas pessoas, a ida ao dentista é um momento de grande tortura, seja porque elas têm desespero do barulho característico do equipamento conhecido popularmente como “motorzinho” ou porque têm pânico das anestesias.
 Conhecendo esse problema que persegue a odontologia desde muito tempo atrás, pesquisadores da Unicamp buscam há anos facilitar a vida dessas pessoas. O Projeto Temático “Novas formulações de anestésicos locais de liberação sustentada: do desenvolvimento ao teste clínico odontológico”, cujo objetivo foi a criação de um gel ou creme anestésico odontológico, foi coordenado pela professora Dr. Eneida de Paula, do Instituto de Biologia (IB).
 O projeto teve início em 2007, sendo financiado pela Fapesp, órgão de fomento responsável pelo incentivo e subsídio da pesquisa do Estado de São Paulo, e contou também com a participação de pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (Unicamp). Segundo Eneida, o propósito do trabalho não era descobrir ou produzir novos anestésicos, mas sim ampliar a eficácia dos anestésicos existentes no mercado, sem o uso de injeções. Para isso, os pesquisadores estudaram formas de encapsular os sais anestésicos com carreadores ou nanopartículas que pudessem levar os princípios ativos diretamente ao local desejado e na quantidade correta.
 O grupo de pesquisa testou vários tipos de carreadores, sendo que o primeiro testado foi os lipossomas, partículas de lipídios com características semelhantes às membranas biológicas. Esse carreador foi escolhido por já ser usado na indústria farmacêutica em antifúngicos, antivirais e no desenvolvimento de medicamentos anticâncer e vacinas. Testes em animais e humanos comprovaram o prolongamento do tempo de ação dos anestésicos locais, como a mepivacaína e a prilocaína; entretanto, o uso de injeções teve de ser mantido.
Muitos estudos ainda precisam ser desenvolvidos para que finalmente os pacientes possam se livrar das injeções
Após os testes com lipossomas, os pesquisadores testaram então ciclodextrinas, que são moléculas produzidas a partir da quebra do amido, como carreadores. Os testes usando ciclodextrinas foram feitos porque essas moléculas aumentam a solubilidade dos anestésicos, fazendo com que esses compostos cheguem mais rapidamente e em maior quantidade ao nervo que deve ser anestesiado. Os testes em animais e humanos mostraram que os anestésicos locais ropivacaína e bupivacaína, quando carreados por ciclodextrinas, apresentam efeitos mais duradouros e intensos do que quando não complexados com ciclodextrinas.
 Além dos resultados observados pelos pesquisadores da Unicamp, outros estudos já apontavam que o uso de anestésicos associados a carreadores diminui a necessidade do princípio ativo para anestesiar o nervo. No caso do uso de lipossomas associados à benzocaína, a concentração do princípio ativo pode ser reduzida pela metade sem comprometer sua eficiência da anestesia.
 Os avanços obtidos nesse projeto temático levam os pesquisadores da Unicamp a acreditarem que será possível o desenvolvimento de uma anestesia odontológica sem uso de injeção no futuro. Para isso, o grupo de pesquisa continua estudando novos carreadores e aprimorando os carreadores até então desenvolvidos.

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