Paris, 28 mar (EFE).- A física brasileira Marcia Barbosa recebeu nesta quinta-feira um dos cinco prêmios L'Oréal-Unesco 2013 para Mulheres e Ciência por sua descoberta de uma anomalia da água "que poderá levar a uma melhor compreensão do mecanismo de dobramento de proteínas, que é essencial para o tratamento de certas doenças".
O prêmio, criado em 1998 e que oferece US$ 100 mil a cada laureada, visa o reconhecimento e a promoção das mulheres no âmbito científico sob a premissa de que "o mundo precisa de ciência, e a ciência precisa das mulheres".
Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marcia chegou à pesquisa de maneira indireta, quando analisava o DNA com fins curativos.
A física se deu conta de que a água que utilizava apresentava certas anomalias em seu comportamento que deveriam ser levadas em conta em seus estudos, já que repercutiam no resultado final, e começou a investigar essas variações e a influência da temperatura e da pressão desse líquido sobre o modelo.
"Nosso ponto de partida foi nos perguntar por que a água tem comportamentos diferentes aos de outros líquidos", explicou ela à Agência Efe, citando como exemplo o fato de que, em sua versão sólida, a água flutua na superfície, enquanto outros elementos, como o ferro fundido, se forem solidificados, afundam.
Assim, a professora se deu conta de que tinha que "entender a água para poder entender como operavam as moléculas biológicas e o próprio DNA", o que segundo sua opinião permitiria "fazer melhores modelos para os sistemas biológicos" e poderia facilitar estudos beneficentes no campo da medicina.
Além da brasileira, foram premiadas a africana Francisca Nneka Okeke por sua contribuição ao entendimento das variações cotidianas das correntes iônicas na alta atmosfera, e a britânica Pratibha Gai por ter iniciado uma nova técnica de visualização das reações químicas dos átomos.
Além disso, receberam os outros prêmios a japonesa Reiko Kuroda "pela explicação da diferença funcional entre moléculas 'canhotas' e 'destras", e a americana Deborah Jon por ter conseguido esfriar as moléculas até que pudessem ser observadas reações químicas lentas.
A diretora geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, louvou hoje em seu discurso as cinco cientistas "excepcionais" que, segundo ela, mostram que "a excelência na ciência não está reservada aos homens".
Números em mão, Bokova lamentou no entanto que as mulheres representem menos de 30% dos físicos, engenheiros e cientistas em nível mundial, e apenas 12% dos postos de tomada de decisões relativos à ciência nas universidades e no setor privado.
"As regras do jogo são feitas pelos homens", destacou Marcia Barbosa, para quem o estereótipo de "pessoa agressiva" dos cientistas não se ajusta às mulheres, "que fogem de beligerâncias e esperam que alguém as promova" ao invés de impor sua candidatura.
Seu prêmio e o das outras quatro destacadas eleva a 77 o número total de premiadas desde o início deste programa da Unesco e da L'Oréal, que conta com uma rede de 1.700 cientistas de 108 países e um programa de mais de 250 bolsas de estudos de pesquisa anuais para favorecer a igualdade de gênero.
O prêmio, criado em 1998 e que oferece US$ 100 mil a cada laureada, visa o reconhecimento e a promoção das mulheres no âmbito científico sob a premissa de que "o mundo precisa de ciência, e a ciência precisa das mulheres".
Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marcia chegou à pesquisa de maneira indireta, quando analisava o DNA com fins curativos.
A física se deu conta de que a água que utilizava apresentava certas anomalias em seu comportamento que deveriam ser levadas em conta em seus estudos, já que repercutiam no resultado final, e começou a investigar essas variações e a influência da temperatura e da pressão desse líquido sobre o modelo.
"Nosso ponto de partida foi nos perguntar por que a água tem comportamentos diferentes aos de outros líquidos", explicou ela à Agência Efe, citando como exemplo o fato de que, em sua versão sólida, a água flutua na superfície, enquanto outros elementos, como o ferro fundido, se forem solidificados, afundam.
Assim, a professora se deu conta de que tinha que "entender a água para poder entender como operavam as moléculas biológicas e o próprio DNA", o que segundo sua opinião permitiria "fazer melhores modelos para os sistemas biológicos" e poderia facilitar estudos beneficentes no campo da medicina.
Além da brasileira, foram premiadas a africana Francisca Nneka Okeke por sua contribuição ao entendimento das variações cotidianas das correntes iônicas na alta atmosfera, e a britânica Pratibha Gai por ter iniciado uma nova técnica de visualização das reações químicas dos átomos.
Além disso, receberam os outros prêmios a japonesa Reiko Kuroda "pela explicação da diferença funcional entre moléculas 'canhotas' e 'destras", e a americana Deborah Jon por ter conseguido esfriar as moléculas até que pudessem ser observadas reações químicas lentas.
A diretora geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, louvou hoje em seu discurso as cinco cientistas "excepcionais" que, segundo ela, mostram que "a excelência na ciência não está reservada aos homens".
Números em mão, Bokova lamentou no entanto que as mulheres representem menos de 30% dos físicos, engenheiros e cientistas em nível mundial, e apenas 12% dos postos de tomada de decisões relativos à ciência nas universidades e no setor privado.
"As regras do jogo são feitas pelos homens", destacou Marcia Barbosa, para quem o estereótipo de "pessoa agressiva" dos cientistas não se ajusta às mulheres, "que fogem de beligerâncias e esperam que alguém as promova" ao invés de impor sua candidatura.
Seu prêmio e o das outras quatro destacadas eleva a 77 o número total de premiadas desde o início deste programa da Unesco e da L'Oréal, que conta com uma rede de 1.700 cientistas de 108 países e um programa de mais de 250 bolsas de estudos de pesquisa anuais para favorecer a igualdade de gênero.
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