quinta-feira, 23 de maio de 2013

Noruega busca homem com voz grave para afugentar ursos polares

Ursos polares são protegidos por lei na Noruega e só pode feri-los em situação de legítima defesa                     

  • Ursos polares são protegidos por lei na Noruega e só pode feri-los em situação de legítima defesa
Um conjunto de ilhas na Noruega está buscando homens interessados em monitorar o aparecimento de ursos polares e afugentá-los aos gritos.
Segundo os requerimentos da vaga, o candidato ideal precisa ter voz grave e poderosa.
A oferta de trabalho foi anunciada pelo governador do arquipélago de Svalbard, no Ártico norueguês. Segundo ele, quem for contratado precisará estar atento a qualquer sinal de um urso polar. O objetivo é proteger os cientistas que desenvolvem pesquisas na região.
Ao contrário de outras partes do mundo, as ilhas norueguesas vêm registrando um aumento do número de ursos polares. Estima-se que a região abrigue 3.000 ursos e apenas 2.400 habitantes.
Dentro dos povoados, é raro alguém se deparar com o animal, mas a possibilidade aumenta em locais com menor presença humana.
De acordo com o Instituto Polar Norueguês, os ursos polares, que pesam entre 400 e 600 quilos e alcançam velocidades de até 30 km/h, podem tornar-se perigosos.

A difícil vida dos ursos polares na solidão do gelo10 fotos

A sobrevivência dos ursos está ameaçada. A cada verão, o mar de gelo onde eles caçam fica menor devido ao aquecimento global. Acima, três filhotes.
Fome
Em geral, os ursos polares não veem os humanos como alimento, embora sejam naturalmente curiosos e revirem tudo que esteja ao seu alcance em busca de comida.
Mesmo assim, os noruegueses reforçam o alerta. "Um urso verdadeiramente faminto comerá o que for", dizem as placas destinadas aos visitantes do arquipélago de Svalbard.
Por essa razão, não causa surpresa que os cientistas que trabalham concentrados e em silêncio necessitem de alguém para monitorar a presença desses grandes animais.
Os ursos polares são protegidos por lei na Noruega e só se admite feri-los em legítima defesa.
"Se um urso polar agressivo atacá-lo e não se assustar ao ouvir disparos de advertência, dispare para matá-lo. Este é o último recurso. Aponte no peito", recomendam os folhetos de instruções do Instituto Polar Norueguês.
Defesa
Não é necessário que o candidato ao posto saiba manejar armas, embora o anúncio deixe claro que este conhecimento seja desejável. Mas é a "voz poderosa" que representa um diferencial, capaz de espantar os ursos polares.
Outros métodos são igualmente eficazes, destaca Guri Tveito, diretor do Departamento de Proteção Ambiental de Svalbard, citando a possibilidade de fazer barulho com "paneladas".
Quem for escolhido para o emprego trabalhará durante três semanas a partir do dia 8 de julho, em pleno verão ártico, podendo desfrutar de temperaturas máximas de 6ºC.

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